Campo Grande (MS) – Para sensibilização e visibilidade da luta em defesa dos direitos da população negra, e dentro da agenda que marca as comemorações do Mês da Consciência Negra, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial e Cidadania (Subpirc) pasta ligada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast) promoveu nesta tarde de quinta-feira (17), o 2º Seminário – Negro do século XXI, no auditório do Museu de Arte Contemporânea de MS (Marco), na Capital. Com palestra e apresentação cultural o evento promoveu resgate histórico abordando o racismo e referenciou a contribuição do negro na formação do Brasil.
Para a titular da Sedhast, Elisa Cleia Nobre, esse é um momento especial de conscientização e reflexão da luta dos negros em defesa dos seus direitos e de como a cultura negra enriqueceu a formação do nosso país. “Momentos como esses são importantes para o nosso crescimento e aprendizado, estar aqui ouvindo e recebendo o conhecimento da fonte, de pessoas que passaram por várias experiências e que hoje têm algo para nos acrescentar é um grande privilégio. A cultura negra nos ensina a sermos determinados, ela contribui para nossa formação com tantas influencias motivadoras, uma delas é a determinação incansável da luta em busca dos seus direitos e pela liberdade de expressão”, destacou Elisa.
O subsecretário de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial e Cidadania, Carlos Versoza, falou da importância de ampliar os debates não somente para a população negra, mas sim para toda sociedade. “A luta não é só do negro, a população negra contribuiu e muito para a formação da sociedade brasileira, e hoje seguindo o legado de Zumbi dos Palmares, queremos quebrar paradigmas, igualdade e justiça racial, significa o bem estar da população do Brasil em si, pelas heranças e benefícios deixados pelos negros”, pontuou o subsecretário.
A palestra: “O lugar do negro”, proferida pelo artista plástico e gestor de cultura da Fundação de Cultura de MS, Galvão Pretto, fez um resgate histórico de artistas plásticos negros que se tornaram invisíveis pelo racismo no Brasil, a luta de enfrentar essa problemática e reafirmar a cultura negra.
Participaram do Seminário o deputado Amarildo Cruz, estudantes, professores, líderes de movimentos sociais, presidentes do Conselho dos Direitos do Negro MS, do Fórum das Entidades do Movimento Negro de MS, do Coletivo de Mulheres Negras de MS, e do Fórum de Educação e Diversidade Étnico-Racial de MS.
Dia da Consciência Negra
Em 20 de novembro, é comemorado o Dia da Consciência Negra. Em 1965, nessa mesma data ocorreu a morte do líder Zumbi dos Palmares, que lutou pela libertação dos negros escravizados durante o período colonial no País. A data é considerada como uma ação afirmativa de promoção da igualdade racial e uma referência para a população afrodescendente dedicada à reflexão do racismo, suas consequências e a inserção dos negros na sociedade brasileira.
Negros no MS
Em Mato Grosso do Sul, a população negra é de 48,5%, com a declaração de 5% de negros e 43,5 de pardos, segundo o IBGE (2010).
Solange Mori – Sedhast/fotos: Ana Paula Oliveira