Campo Grande (MS) – A Lei do Feminicídio no Brasil completou um ano em março, mês em que também é comemorado o Dia Internacional da Mulher (8). Para esclarecer um pouco mais desta lei que é nova no País, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres e a Subsecretaria de Políticas Públicas da Juventude, pastas ligadas à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), estiveram nesta manhã de terça-feira (29), na Escola Estadual Arlindo de Andrade Gomes, palestrando sobre tema para cerca de 350 alunos do ensino médio, com a presença de Luciana Azambuja Roca, subsecretária da Mulher e Diego Mariano, coordenador da Subsecretaria da Juventude.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicado (IPEA) 2013 apontam que a cada 1h30 acontece um Feminicídio no Brasil, e dessas mulheres 61% são negras. Para a palestrante e cientista social, Elis Lima, isso comprova que além do assassinato de mulheres pelo simples fato delas serem mulheres, ainda tem a questão racial. “Mais da metade dos Feminicídios são de mulheres negras, a porcentagem é muito alta. Além de todo preconceito racial que essas mulheres sofrem, ainda tem mais a violência que culmina em mortes violentas com números assombrosos”, descreveu Elis.
Apesar da aprovação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) em 2006, entre 2007 e 2013 as taxas de homicídio feminino cresceram 23% no País, sendo as mulheres negras as vítimas preferenciais. Os dados são do Mapa da Violência contra as Mulheres de 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais. Segundo o mapa, 13 assassinatos diários de mulheres foram cometidos em 2013, sendo sete feminicídios. Destes, quatro teriam sido cometidos pelo próprio parceiro ou ex-parceiro da vítima.

Para a diretora-adjunta da Escola Arlindo de Andrade Gomes, Matildes Araújo Lima, o tema violência está na mídia e é explorada a todo momento. “A escola vivencia o que a sociedade está passando, então se a gente trata isso abertamente, fala com esses jovens, orienta, eles terão a capacidade de entender e aderir a esses movimentos em prol do bem. Nosso papel é esclarecer pontos importantes e agregar pessoas que vão disseminar essas informações para família, amigos, e até buscar ajuda se tiver passando por algumas dessas situações”, disse Matildes.