Campo Grande (MS) – Destacando o tema “Por um Brasil que criminalize a violência contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais”, a III Conferência Estadual LGBT, em abertura realizada na noite de ontem (03), no Teatro Aracy Balabanian, contou com a palestra magna da coordenadora geral dos direitos LGBT, do governo federal, Symmy Larrat, abordando as políticas públicas destinadas à área. Nesta quinta-feira a programação prossegue com leitura de regimento interno e eleição dos 27 delegados que irão a Brasília, em abril, na conferência nacional. O evento é realizado pelo Conselho Estadual da Diversidade Sexual (Ceds/MS) em parceria com a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast).
Na fala de abertura, Ana Lúcia Américo, superintendente de Direitos Humanos, representando a vice-governadora e secretária da Sedhast, Rose Modesto, destacou os importantes avanços obtidos para a política LGBT em MS. “A realização dessa conferência é sem dúvida uma vitória para a toda a população LGBT. Essa política terá um grande sucesso somente se construída a quatro mãos, com planejamento e o implemento de ações palpáveis e exequíveis, como estamos realizando nesta noite”.
Para a palestrante da noite, Symmy Larrat, um dos grandes desafios atuais do movimento LGBT é a constante mobilização política e a sensibilização da sociedade para o preconceito existente. “Não sabemos nem oficialmente quantos somos no Brasil. Nem nas delegacias temos estatísticas definidas sobre violência contra nós. Tudo isso por falta de legislações específicas. Essa é uma das lutas que precisamos estabelecer, junto ao IBGE, aos órgãos de controles e ao poder legislativo, para que nossa articulação seja cada vez mais forte junto à sociedade, minando assim, cada vez mais, o preconceito existente”, ressaltou.
Sou gay
Murilo Fagundes, 23 anos, representante da Rede Apollo de Homens Gays, acredita que o debate gerado durante a conferência já é um grande passa para a mobilização política da população LGBT. Na visão de Murilo a falta de articulação política continua sendo um dos entraves para avanços importantes.
Mesmo considerando a sociedade sul-mato-grossense conservadora, Murilo relata suas experiências pessoais e diz que nunca sofreu nenhum tipo de violência física por ser gay e que não encontrou resistência na família ou qualquer tipo de retaliação. “Me olham de maneira diferente na rua, fazem até piadas, mas nunca ninguém me agrediu. Tenho amigos que já foram agredidos fora de MS. Mesmo assim temos que lutar para que isso não se instale por aqui”.
Também participaram da mesa de abertura a presidente do Ceds/MS, Cris Stefany; o promotor do Ministério Público, Luciano Loubet; a defensora pública, Neyla Mendes e o representante da Rede Apollo, Diego Rodrigues.
Serviço – A III Conferência Estadual LGBT acontece no Teatro Aracy Balabanian, localizado na Rua 26 de Agosto, 453, no centro da Capital.
Texto e foto: Leomar Alves Rosa (Assessoria Vice-Governadoria e Sedhast)