Campo Grande (MS) – Mais mulheres na política e ocupando cargos de poder. Essa foi a principal discussão nesta sexta-feira (11), último dia do Seminário Estadual de Políticas para Mulheres no Teatro Aracy Balabanian. A palestrante Adriana Valle Mota começou os debates reforçando a busca da ampliação e participação de mulheres em postos de direção e espaços de decisão nos governos. “Temos que continuar abrindo alas para que mais mulheres ocupem espaços de poder e que acima de tudo, possam ser respeitadas pela sua capacidade no ambiente de trabalho, cargo e lideranças”, destacou Adriana.
Adriana, que também é socióloga e especialista em Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos, Gênero e Violência, em sua explanação argumentou que a autonomia financeira é fundamental para alcance de outros direitos. “Sabemos que a conquista financeira é uma das principais etapas a serem alcançadas para que a mulher tenha autonomia. O poder e independência possibilitam que ela lute para combater outras desigualdades”.
Cleuza Pedroso, representante da União Brasileira de Mulheres e conselheira Estadual dos Direitos da Mulher, disse que além da busca por autonomia, as leis estão à disposição para fazer valer o direito das mulheres. “Estamos legalmente amparadas para requerer nossos direitos, entretanto nossa maior dificuldade é dar continuidade ao trabalho que foi colocado em prática. Assumimos e buscamos a garantia dos direitos, mas falta gestão continuada para que o direito assegurado não se perca com mudança dos gestores. Temos que trabalhar com os marcos legais e a desconstrução do machismo, além de delimitar espaços que estão sendo conquistados por mulheres”, destacou Cleuza.
Também foi abordado no seminário que embora as mulheres sejam maioria na base da organização de movimentos sociais, ainda é minoria nos cargos políticos e também na participação de partidos políticos. E na direção de empresas privadas não é diferente, o mesmo quadro é verificado. Muitas atribuem ao preconceito, discriminação e a cultura existente no País.
A participação na política também foi questionada. Em Mato Grosso do Sul as mulheres representam a maioria da população e há apenas uma deputada federal (total de oito eleitos), três estaduais (total de 24 cadeiras) e três vereadoras na Câmara Legislativa da Capital (total de 29 parlamentares).
Finalizando a programação do evento, foram abordados os temas homofobia, lesbofobia e transfobia, com a participação de Daniela Peño Palva, coordenadora do Projeto de Extensão “Encontros de Leitura sobre Gênero e Sexualidade” da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS de Corumbá e presidente da Ong Estigma – Diversidade Sexual e Identidade de Gênero.
Texto e foto: Solange Mori (Assessoria da Vice-Governadoria e Sedhast)