Campo Grande (MS) – Fruto de uma tese de doutorado, o livro “Fiéis Descendentes: Redes-irmandades na pós-abolição entre as comunidades negras rurais sul-mato-grossenses”, escrito pelo professor doutor Carlos Alexandre dos Santos, foi o presente ofertado ao subsecretário de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial e Cidadania, Carlos Versoza, em agenda realizada na tarde desta segunda-feira (23), na Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast).
Ganhador do prêmio CAPES de Teses, edição 2011, o livro utiliza da memória dos idosos para reconstruir uma história que começa nas fazendas escravagistas do Triângulo Mineiro e do Sul do Estado de Góias quando um grupo de ex-escravos iniciou uma migração, em meados do século XIX, rumo às terras sulinas da então Província de Mato Grosso.
Para o secretário Carlos Versoza, o livro é uma oportunidade de colocar para a sociedade a participação dos negros na história do Brasil em suas diversas regiões, dando a eles o empoderamento devido. “O negro tem nome e tem história e isso por muitas vezes foi ignorado. Obras como essa resgatam um valor cultural inestimável”, afirmou.
Antropólogo, Carlos Alexandre acredita que com um racismo latente na sociedade brasileira, a obra pode ser utilizada como instrumento aproximador da história do negro com a história considerado oficial. “Temos muitos relatos históricos em que a figura do negro é simplesmente descartada. Estudar e trazer essa história para todos é uma tarefa que deve ser cumprida” disse.
Sobre a criação de uma Subsecretaria específica para a promoção da igualdade racial e cidadania em MS, o professor considera um avanço significativo. “É um canal fantástico. Isso facilita a interação de uma comunidade e toda a sociedade”, concluiu.
O advogado da Coordenação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do MS (CONERQ), José Roberto Camargo, também acompanhou a agenda.
Leomar Alves Rosa (Assessoria Vice-Governadora e Sedhast)
Foto: Guilherme Mayr