Campo Grande (MS) – Tendo a mulher negra como destaque no mês de julho pelo projeto Roda de Conversa, as mulheres negras da comunidade quilombola Tia Eva, na Capital, receberam o projeto na noite desta quarta-feira (15), como parte das celebrações do “Dia Internacional das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas”, comemorado no próximo dia 25.
Desenvolvido pela Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM), pasta ligada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), a Roda de Conversa é uma oportunidade de ouvir os anseios e as opiniões das mulheres quanto ao desenvolvimento da política pública específica, além de levar informações, como por exemplo, sobre o papel da mulher no mercado de trabalho e seus desafios.
Uma das participantes da noite, a bacharel em direito e líder comunitária, Odete Cardoso, 36 anos, acredita que a participação da mulher, principalmente da negra, na sociedade, pode ser ampliada cada vez mais. “Nos ouvir é uma garantia de que as políticas públicas serão adequadas ao nosso meio. Precisamos fortalecer ainda mais o papel da mulher negra e assim vencermos os preconceitos e o racismo existente, quebrando o padrão de que servimos apenas para trabalhos domésticos”, disse.
Luciana Azambuja Roca, subsecretária da SPPM, fez um balanço das ações iniciais da pasta e pontuou o desafio de superar as barreiras existentes no seio social que levam a diminuição da mulher. “Esse nosso contato, além de nos unirmos ainda mais, é primordial para identificarmos e implementarmos soluções que valorizem a mulher em nosso contexto social. Valorização e perspectivas melhores devem ser sempre o nosso alvo”, ressaltou.
A coordenadora da Subsecretaria de Politicas Públicas para Promoção da Igualdade Racial e Cidadania (Subpirc), Lecir Marques, também participou desta edição do projeto.
Tia Eva – Em 26 de abril de 2008, a Fundação Cultural Palmares concedeu a Certidão de Autodefinição como Comunidade Remanescente de Quilombos aos descendentes de Tia Eva. A comunidade atualmente é constituída por cerca de 115 famílias, sendo a maioria dos moradores formada por pessoas negras. No dia 5 de maio de 1998, a Igrejinha de São Benedito recebeu o definitivo tombamento como parte do Patrimônio Histórico de Mato Grosso do Sul, pelo governo do Estado.
Texto e foto: Leomar Alves Rosa (Assessoria Vice-governadoria e Sedhast)