Campo Grande (MS) – Projeto social do Governo do Estado vem transformando a vida de moradores das imediações do bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande. Prestes a completar um ano em 13 de novembro, o programa Rede Solidária – que trabalha com a garantia de direitos sociais de adultos e crianças, contabiliza mais de 29 mil pessoas atendidas. “Já houve impacto positivo na comunidade em geral”, garante a titular da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Elisa Nobre.
Pensado para integrar a família com a sociedade e criar meios para que cidadãos vulneráveis tenham oportunidades de emprego e renda, o Rede Solidária foi inaugurado em novembro de 2015 pelo governador Reinaldo Azambuja, com a presença do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.
O projeto deu novas perspectivas de vida para pessoas como o Silvio Pereira, de 41 anos, e Caline Lopes, 29. Depois de passar por cursos de qualificação gratuitos oferecidos pelo Rede, em parcerias com outras instituições, ele aprendeu a fazer pães doces e salgados, ela a cozinhar e confeitar bolos de festas.
“Hoje estou desempregado, mas faço meus pães e vendo de casa em casa, aqui no bairro mesmo”, conta o padeiro, que lucra até R$ 100 por fornada produzida. Da mesma forma, Caline confeita bolos de festas na casa em que mora, no Dom Antônio. “Mas a maioria dos meus clientes é de outros bairros”, conta ela, que divulga as guloseimas pela internet e fatura até R$ 700 mensais. Nos dois casos, a venda dos produtos complementa a renda familiar. “É um dinheiro que ajuda comprar algo essencial para a casa, como comida, ou pagar uma conta de água e luz”, exemplifica Silvio.
Além de possibilitar novos rumos na vida de adultos, o Rede Solidária tirou jovens e adolescentes das ruas, no contraturno da escola, e ajudou a construir sonhos. “O Rede Solidária veio para a vila e tirou muita criança da rua. Elas não tinham opção e ficavam brincando fora de casa e até brigando, mas agora a realidade é diferente. Percebo que o comportamento delas mudou, são mais gentis. Moro aqui há 22 anos e só depois do Rede vi essa diferença, e isso é muito bom porque esses jovens estão se preparando para o futuro”, conta Magda Muniz Barreto, que é representante do bairro.
Atividades
Crianças e jovens de 6 a 18 anos são atendidos pelo Rede Solidária, que entre tantas atividades, oferece badminton (jogo de raquete e peteca), ballet, biblioteca, capoeira, dança, vôlei, futebol, musicalização e teatro. São mais de 460 alunos matriculados, que passam horas da semana na unidade quando não estão na escola. “Antes eu ia para a aula e depois ficava o resto do dia dormindo, sem fazer nada. Agora eu venho para cá, onde aprendo bastante coisa nova”, diz Flávia Freitas, de 12 anos. Mesmo com pouca idade, a aluna já vê as inúmeras possibilidades para o futuro, que vai da faculdade de mecatrônica à atleta de caratê. “São assuntos que eu gosto muito e que descobri aqui”, revela.
Para a diretora da unidade do Rede Solidária no Dom Antônio Barbosa, Vanda Caczrovski, as atividades do projeto – atendimento de cultura e lazer para crianças e de qualificação profissional para adultos, com cursos de informática, panificação, costura, manicure e cabeleireira, entre outros – dão novos rumos para a comunidade. “São pessoas que não tinham oportunidades e estão adquirindo sonhos. É um processo de transformação que passa por toda a família”, afirma.
O atendimento no Rede Solidária é feito prioritariamente para beneficiários do Vale Renda, outro programa assistencial do Governo do Estado, explica a secretária da Sedhast, Elisa Nobre. Mas as portas estão abertas para toda a comunidade. “Em breve inauguraremos a segunda unidade do Rede Solidária no bairro Noroeste. Essa unidade está pronta e atenderá centenas de pessoas”, revela.
Segundo Elisa, os bairros Dom Antônio Barbosa e Noroeste foram escolhidos para abrigar as unidades do programa assistencial por causa do alto índice de vulnerabilidade das famílias. “Após estudos tomamos essa decisão. Para a unidade do Noroeste, por exemplo, já existe filas de espera, um cadastramento muito grande de todas as faixas etárias que vamos atender, e isso mostra a necessidade que bairro tem para esse tipo de serviço que vamos oferecer ali”, pontua.
Mais informações sobre o Rede Solidária, matrículas, atividades e voluntariado podem ser obtidas na Sedhast, que fica no Bloco III do Parque dos Poderes ou pelo telefone (67) 3318-4100.
Bruno Chaves, da Subsecretaria de Comunicação | Foto destaque: Chico Ribeiro.