Campo Grande (MS) – Um sonho prestes a se tornar realidade. Esse é o sentimento do jovem indígena Wilisvan Moura Strege, 22 anos, que deixou a cidade natal Humaitá, no interior do Amazonas, para estudar Direito no campus da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) em Paranaíba. Beneficiário do programa Vale Universidade Indígena, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), do Governo do Estado, Wilisvan faz estágio no Fórum da cidade e já foi aprovado na primeira fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Estou conseguindo colher os frutos”, disse o rapaz, que está no último ano do curso e estuda até três horas por dia, além do período da faculdade.
Assim como o jovem, outros milhares de estudantes do ensino superior foram beneficiados pelo programa em Mato Grosso do Sul – que encaminha o jovem ao mercado de trabalho e oferta bolsas remuneradas ou descontos em mensalidades, de acordo a instituição em que o acadêmico estuda. De 2007, ano em que o sistema de bolsas foi informatizado, até 2015, foram 8.208 acadêmicos beneficiados. Só este ano, 1.166 alunos conseguiram entrar no Vale Universidade ou no Vale Universidade Indígena, segundo dados da coordenadora do programa Karla Sandim.

Uma das 500 selecionadas na edição de inverno do programa, lançada pela gestão do governador Reinaldo Azambuja, é Sara Cardoso Rodrigues, 17. Ela, que estuda Psicologia na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), em Campo Grande, reconhece a importância do benefício para o futuro profissional de muitos alunos de baixa renda. “O Vale Universidade ajuda a pagar as mensalidades. Se não fosse com ele talvez eu teria que parar de estudar”, disse a jovem que está no segundo semestre do curso. Laura Vilela, 21, que estuda Serviço Social na Anhanguera/Uniderp destaca a eficiência do programa. “Realmente funciona para quem precisa”, comenta.

O programa
O Vale Universidade atende estudantes de universidades públicas e privadas. No caso das privadas, o programa banca 90% dos custos da mensalidade, sendo 70% por conta do Governo do Estado; 20% de responsabilidade da instituição de ensino e 10% de contrapartida para os alunos. Nas universidades públicas o repasse é feito diretamente na conta do estudante, sendo o cálculo baseado na média da mensalidade do curso em outras universidades. Como pré-requisito, o aluno deve ter renda individual máxima de R$ 1.448,00; enquanto a familiar não pode ultrapassar R$ 2.896,00.
Outro critério é que o aluno esteja matriculado em alguma instituição de ensino superior conveniada ao Programa. O estudante não pode possuir diploma em outro curso superior; deve morar no Estado há mais de dois anos; não ser beneficiado por qualquer outro tipo de benefício ou de auxílio financeiro com a mesma finalidade do Vale Universidade e não ter registro de reprovação de qualquer disciplina na data de inscrição e convocação; não possuir, simultaneamente, outro membro da família beneficiado neste Programa.

Bruno Chaves, da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado
Fotos: Leca e Arquivos pessoais