Campo Grande (MS) – Com articulações entre as secretarias de Estado, Fundação de Trabalho de MS (Funtrab) e demais órgão da administração, a Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial e Cidadania (Subpirc), ligada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), está trabalhando para criar uma rede de apoio aos imigrantes haitianos que estão estabelecidos em Campo Grande. Em visita realizada no sábado (24) a um grupo de imigrantes atendidos pelo médico voluntário e também haitiano, Jean Daniel Zephyr, nas dependências da comunidade católica Divino Espirito Santo, na Capital, o subsecretário da Subpirc, Carlos Versoza, pôde ouvir as demandas e conversar sobre a realidade deles em Campo Grande.
“Estamos ouvindo esses imigrantes e levantando demandas para que seus direitos possam ser respeitados e garantidos. Vamos entrar em contato com os demais órgãos parceiros do Governo do Estado para gerarmos a eles oportunidades no mercado de trabalho, acesso ao aprendizado da língua portuguesa e demais necessidades que possam garantir a efetiva integração com nossa sociedade local”, ressaltou o subsecretário.
Médico oftalmologista, Jean Zephyr e sua esposa Marisa Zephyr atendem os imigrantes de forma voluntária. Eles contam que o trabalho surgiu há aproximadamente dois anos e meio e foi motivado pela dificuldade que muitos encontravam ao chegarem na cidade. “Ficamos sabendo de um pequeno grupo que chegava a cidade e cada vez mais aumentando. Hoje temos, aproximadamente, 80 haitianos que estão na Capital e que ajudamos com a língua portuguesa, atividades de artesanatos e integração no mercado de trabalho”, conta Marisa.
Ao lado do amigo Corvil Ronel, 28 anos, com quem participa das atividades, a trabalhadora em serviços gerais Clairmicie Jean Louis conta que teve que deixar seu filho de quatro anos em Porto Príncipe, capital do Haiti, para buscar melhores condições de vida. “Gosto muito daqui e pretendo ficar. Estou trabalhando e mandando dinheiro para meus parentes de lá e ajudando minha família”, disse. Clairmicie conta ainda que nesses um ano e nove meses em Campo Grande foi bem recebida e está conseguindo superar as dificuldades, principalmente com o idioma.
Haitianos no Brasil
Segundo o Ministério da Justiça, desde 2010, quando um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter devastou o Haiti, mais de 35 mil chegaram até o Brasil, entrando pelo Acre e se dirigindo, principalmente, para o Sudeste e Centro-Oeste do País.
Texto e fotos: Leomar Alves Rosa (Vice-Governadoria e Sedhast)